Ofensiva social e laboral
Os conteúdos gravosos das propostas de alteração da legislação laboral, acordados entre o Governo PSD/CDS-PP, patronato e UGT, para votação na Assembleia da República, em simultâneo com o ataque aos serviços públicos, às funções sociais do Estado e o agravamento geral do custo de vida, são razões fundamentais para uma forte participação na greve geral, oportunamente convocada pela CGTP-IN.
Esta ofensiva social e laboral faz parte de um processo mais vasto de retrocesso civilizacional, de ataque ao emprego, de alargamento da pobreza e das desigualdades, de fragilização da democracia, de destruição do aparelho produtivo, de afrontamento aos valores de Abril e ao projecto de sociedade consagrado na Constituição da República Portuguesa.
Por isso fazer greve geral significa rejeitar este rumo de recuo histórico nos locais de trabalho e no País e persistir na defesa dos direitos conquistados e consagrados na contratação colectiva, dos valores de progresso social, do futuro dos trabalhadores e das futuras gerações, da própria independência e soberania nacionais.
Fátima Messias, da Comissão Executiva da CGTP-IN
Duas notas a propósito da (não) abordagem do «Jornal do Centro» aos 100 anos do Dia Internacional da Mulher, o que lamento.
1. A proposta de criação de um Dia Internacional da Mulher foi apresentada em 1910, na 2.ª Conferência Internacional de Mulheres, pela alemã Clara Zetkin. A referida Conferência teve lugar em Copenhaga, em Agosto de 1910, e precedeu o Congresso da II Internacional. Presentes 100 delegadas oriundas de 17 países, que aprovaram resoluções contra a invasão da Finlândia pelas tropas russas, pela manutenção da paz, pela protecção social das crianças e das mulheres trabalhadoras e pelo sufrágio universal das mulheres.
A proposta de Clara Zetkin de criação de um Dia Internacional da Mulher estipulava uma acção internacional comum pela emancipação das proletárias e pelo sufrágio universal: «Em acordo com as organizações políticas e sindicais do proletariado nos seus respectivos países, as mulheres socialistas de todos os países organizarão todos os anos um dia das mulheres que, em primeiro lugar, será consagrado à propaganda a favor do voto das mulheres (…). Este dia das mulheres deve ter carácter internacional e ser cuidadosamente preparado».
2. O que me leva à segunda observação. O Dia Internacional da Mulher no distrito de Viseu foi festa, alegria e convívio. Mas também luta, debate e reflexão. Neste ano de centenário subsistem, em Portugal também, discriminações, desigualdades, novas formas de obscurantismo.
Assistimos à degradação generalizada das condições de vida, com sucessivos aumentos dos bens essenciais e dos serviços públicos sem aumentos salariais condignos. As mulheres em Portugal são as primeiras a serem despedidas, são a maioria dos desempregados deste país. As mulheres recebem cerca de 30% a menos dos salários dos homens e 60% das reformas. A maternidade está mais penalizada, aumentam as ameaças à igualdade e qualidade de vida das mulheres.
Como se vê por este breve resumo existem muitas e variadas razões para as Mulheres assinalarem o seu dia, o 8 de Março.
Mafalda Serralha (Núcleo do Movimento Democrático de Mulheres de Viseu)
In jornal "Jornal do Centro" - Edição de 19 de Março de 2010
Estará patente ao público a partir de 1 de Maio e até ao dia 30, no Instituto Português da Juventude (IPJ) em Viseu, a Exposição intitulada «A Saúde da Mulher – do desejo à realidade».
Algumas referências na exposição:
• Portugal é o 2º país da Europa com maior número de mães adolescentes
• Lista de espera é 10 vezes superior à de Espanha. Tempo médio para primeira consulta aumentou de 2005 para 2006
• Desde 2006 mais de uma dezena de maternidades foram encerradas. Em Junho de 2007, 260 mulheres portuguesas deram à luz no Hospital Materno Infantil de Badajoz. Os partos em ambulâncias aumentam exponencialmente.
• A IVG - uma batalha ganha, de ímpar alcance
• A contracepção - a grande conquista das mulheres no século XX
• As queixas de violência doméstica duplicaram em Portugal nos últimos oito anos. Desde 2000, o número de agressões participadas às autoridades tem crescido a um ritmo preocupante: uma média de 11,2 por cento por ano. Segundo publica o Jornal de Notícias, há oito anos a PSP e a GNR registaram 11 162 denúncias, enquanto em 2006 o número de participações atingiu as 20.595.
O MDM é uma organização de mulheres ligado à luta pela plena integração e emancipação das mulheres numa sociedade de paz, justiça e progresso social, liberta da opressão, da exploração e de discriminações.
O MDM tem como objectivos fundamentais:
O MDM é ,hoje, o Movimento feminista mais antigo no nosso país. Implantado a nível nacional e na emigração, viu no ano de 2004 reconhecido o seu estatuto de parceiro social, objectivo por que se bateu durante muitos anos. Nessa qualidade veio ainda nesse mesmo ano a integrar o Conselho Económico e Social, que constitui um importante espaço de intervenção.
E acabamos de nascer Ontem Viseu!!!